quarta-feira, 13 de abril de 2011

Privações, outonos e outras guerras.






E hoje mudou... Enfim, o mundo não parou....
Choveu gelo mas o vidro me protegeu.
Flechas rápidas passaram e não me atingiram.
Caminhei através de vinte e três outonos e eis mais um que passo, passaram flechas de chuva e gelo e não me machuquei.
Andei descalça entre os espinhos, olhei minhas mãos arranhadas pelas longas privações de afeto.
Meus cabelos pertenciam ao vento, se misturaram de tal forma que se tornaram inseparáveis.
A fragilidade de corpo não deixava ver nos olhos a matiz de breu que estes tomaram depois de longas privações de medo.
Ainda menina soltei as mãos de tudo que me prendia a algo e busquei a liberdade... Quis me afastar de tudo que me impedia de sentir os espinhos em meus pés,quis caminhar sozinha, para longe.
Quis conhecer o monstro que habita em cada ser, quis conhecer a sensação de um raio de sol entrar em meus olhos tempestuosos por uma longa privação de luz.
E foi então que conheci as ausências, que tornaram meu corpo tão frágil, meus olhos tão escuros e me fizeram capaz de desviar dos obstáculos, das flechas, dos outonos e dos monstros.
E quando isso aconteceu, encontrei em meio a espinhos, uma garota com as mãos arranhadas e os pés descalço, os cabelos dela se misturavam ao vento... Familiar...
Eu não sorri, ela tão pouco.
Minha única oponente a altura, percebi.
Talvez ela pudesse se desviar de obstáculos, assim como eu... Espantosamente familiar.
Porém ela não podia se desviar de mim...Nem eu.

Um comentário:

  1. meu......expetacular!!!!!!
    ti juro q eu me arrepiei na parte q dis(Ainda menina soltei as mãos de tudo que me prendia a algo e busquei a liberdade... Quis me afastar de tudo que me impedia de sentir os espinhos em meus pés,quis caminhar sozinha, para longe.)
    muito foda!!!!!!
    bjos adorei!!!!s2

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