terça-feira, 26 de abril de 2011

Prazer...






Quando se deitou pela primeira vez, seu olhar entre divertido, assustado e curioso... Supreendeu, atiçou.
As mãos dele mais excitavam do que tocavam, mais surpreendiam do que descobriam como ele pensava.
O encaixe era provocadoramente familiar assim como a venda em seus olhos.
A respiração tomava toda a vontade de dizer algo.
Sensual demais.
Supreendemo-nos nas mentiras mais deliciosas.
Um olhar, um sorriso, um auge tão magnífico quanto a pressa.
As mãos deslizam mais uma vez,os lábios macios como a primeira vez q se beija, aquela respiração em suspenso quando se aguarda apenas mais um tocar dos mesmos lábios.
Mais um momento, mais um toque exatamente onde se aguarde de todas as partes.
O espelho revela todas as formas, todos os toques, todos os sorrisos de prazer.
Ele sorri satisfeito, eu também de vê-lo assim.
Mais um auge deliciosamente nosso. Só ele sabe.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Em segunda pessoa...







Quisemos mudar, afastar, destruír.
Passamos do amor ao ódio,a mágua, ao amor.
Nós fomos chuva, jardineiro, poeta, menina.
A vida estranha de quem vive estranhamente reserva sonhos que nunca se realizaram
Conheçemos uma magia, uma força, já demos tantos nomes a ela, sem nunca conseguir identificá-la.
Completamente impossível explicá-la a qualquer outra pessoa.
Impossível descrevê-la.
Uma cadeia invisível que nos prendeu desde a primeira pergunta respondida.
Tomou certa força de um amarril a primeira vez que nos falamos.
A de uma corda a primeira vez que nos olhamos.
E depois de beijos, abraçose lágrimos, aço, força, indissolúvel.
Presos... De uma maneira absurdamente ridícula e maravilhosa, presos.
Voltamos... pra um lugar aliás de onde nunca saímos, por que não podemos e não queremos.
Alguns chamam essa cadeia forte e imaginária de amor, outros de loucura.
Talvez seja ambos ou talvez ambos sejama mesma coisa.
Não importa, não mais, não agora. Que nos conformamos com nossa situação ridícula e maravilhosa de estarmos sempre juntos..

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Triste como esquecer...






Estou quase esquecendo o brilho do seu olhar e o som do seu sorriso... Ainda agora tentei lembrar da cor dos seus olhos e não consegui.
Tento lembrar do toque das suas mãos nas minhas e já não consigo. Tento lembrar dos nossos risos e já não me preenchem a memória, o coração muito pouco.
Forcei a memória para pensar em nosso momento mais feliz ... e adivinha? Nada!
Talvez meu coração tenha enfraquecido junto com minha memória desgastada ou meu coração desgastado junto com minha memória enfraquecida.
Talvez ambos estejam bloqueando o tanto...tanto que te quis, ou talvez porque não te quero mais.
Ainda estão entre essas paredes todas as lembranças, assombrando ameaçadoras, espreitando a hora que fraquejarei. O que elas não sabem é que jamais fraquejarei novamente, não por esse sorriso,não por esse toque.
Me comove estar desaparecendo, tudo que foi tão aguardado, tão querido, tão intenso, tão discutido, tão triste esse...fim? recomeço? essa raiva? esse "nunca mais"?
Desaparecendo... Tristeza, alívio, saudade.
Quem sabe um dia você volte a ser você e eu a ser eu com você, comigo...

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Privações, outonos e outras guerras.






E hoje mudou... Enfim, o mundo não parou....
Choveu gelo mas o vidro me protegeu.
Flechas rápidas passaram e não me atingiram.
Caminhei através de vinte e três outonos e eis mais um que passo, passaram flechas de chuva e gelo e não me machuquei.
Andei descalça entre os espinhos, olhei minhas mãos arranhadas pelas longas privações de afeto.
Meus cabelos pertenciam ao vento, se misturaram de tal forma que se tornaram inseparáveis.
A fragilidade de corpo não deixava ver nos olhos a matiz de breu que estes tomaram depois de longas privações de medo.
Ainda menina soltei as mãos de tudo que me prendia a algo e busquei a liberdade... Quis me afastar de tudo que me impedia de sentir os espinhos em meus pés,quis caminhar sozinha, para longe.
Quis conhecer o monstro que habita em cada ser, quis conhecer a sensação de um raio de sol entrar em meus olhos tempestuosos por uma longa privação de luz.
E foi então que conheci as ausências, que tornaram meu corpo tão frágil, meus olhos tão escuros e me fizeram capaz de desviar dos obstáculos, das flechas, dos outonos e dos monstros.
E quando isso aconteceu, encontrei em meio a espinhos, uma garota com as mãos arranhadas e os pés descalço, os cabelos dela se misturavam ao vento... Familiar...
Eu não sorri, ela tão pouco.
Minha única oponente a altura, percebi.
Talvez ela pudesse se desviar de obstáculos, assim como eu... Espantosamente familiar.
Porém ela não podia se desviar de mim...Nem eu.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

As voltas.




Ele quis voltar atrás... No que dissera, no que sentira, no que fizera e agora era tarde.
Ele quis pedir perdão e agir com calma fragilidade,com palavras doces e sorrisos convincentes.
Agora ele queria ser protetor e cuidar de tudo aquilo um dia para ele não fora nada e hoje era simplesmente tudo.
Ele quis deixar para trás todos os seus erros, todas as suas mentiras, todo seu fingimento e todas as palavras que dissera querendo prender alguém enquanto não tinha certeza do amor de outro alguém.
Mas do outro lado existiam olhos tristes, um coração vazio, uma cabeça cheia de dúvidas, de alguém que queria perdoar.
De alguém que queria voltar aquele sentimento primitivo e maravilhoso de olhar a pessoa que se ama e sentir de novo aquela sensação de quem acaricia aquilo que se teve de mais precioso, de mais importante, mas não podia.
Por que todas aquelas mentiras, todas aquelas palavras falsas, todos aqueles carinhos desgastados e todos aqueles erros não podiam ser apagados.
A mágoa persistia e o perdão nunca chegava. Uma raiva persistente morava ao lado.
E para ele tudo se transformara em nada, pois não podia esquecer, não podia perdoar todas as lágrimas que tinha chorado, todos os dias que tinha sofrido ao levantar-se sem a menor vontade de viver, todas as coisas que haviam vivido de maravilhoso e que tinham sido mentira...
Só lhe restava esquecer e seguir...Para quem sabe um dia encontrar em outro olhar e em outro sorriso,outro orgulhoso, tão teimoso, tão carismático e tão enganador quanto o primeiro e então sentir de novo a felicidade de ter tudo nas mãos, de se sentir completo mais uma vez...

(Essa é para o MELHOR e mais precioso de todos os amigos que já tive... Douglas, sua história, minha história....Espero que nós dois saibamos tomar a decisão correta..Te amo!)

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Seu eu em mim, meu eu em você...






Haviam vivido de tudo em um curto espaço de tempo...
Ele estivera doente, ela fora a flor. Ele era engraçado e ela tinha medo de perdê-lo.
Eles dormiram juntos, muitas vezes. Muitas tardes, muitas noites...
Ela falava de amor e ele dizia talvez e quando ela dizia talvez, ele se confundia e falava de amor.
Ele tinha problemas com a mãe, ela com o pai.
Ele era criativo, ela era estudiosa.
Ele era charmoso, ela extrovertida.
Ele era teimoso e ela sem paciência.
Ele tocava, ela cantava.
Ele queria ganhar o mundo e ela queria ser o mundo dele.
Ele gostava de desenhar tirinhas, ela carinhas, felizes ou tristes, ele quem decidia.
Ele era indeciso, ela era carente.
Ela abandonara alguém para tê-lo e ele a abandonara para ter outro alguém.
Ele se afastou, ela sofreu.
Ela se afastou, ele sofreu.
Ele queria que ela fosse como antes, e ela não podia porque ela não era mais a flor.
Ela amava seu amigo...
Ele amava sua amiga...
Mas não conseguiam dizer isso,brigavam.
Ele cortou o frágil laço que os unia, ela se conformou.
Eles não existem mais em nenhum lugar, há não ser no coração de ambos.
Nunca deixaram de ser...Ele e ela, pra sempre...