terça-feira, 31 de maio de 2011

Eu... e eles.





Ele diz que me ama, que sente minha falta mas cansou de esperar por mim.
Aguentou com bom humor e com paciência minhas explosões e criancisses mas se cansou das minhas dúvidas e com toda razão.
Se afastou de mim como se eu fosse uma doença contagiosa, o que também não é completamente sem sentido.
Responsável,verdadeiro,atencioso.
Perfeito.
Corro o risco de me arrepender.
Ele dizia que não era feliz sem mim, que me amava e sentia minha falta. Palavras superficiais e fracas tanto quanto os sentimentos que ele dizia me dedicar.
Dizia que não estava pronto mas a verdade é que ele não estava pronto (e disposto?) só pra mim.
Ele riu e chorou comigo,me ensinou e aprendeu também. Brigamos e tentamos infinitas vezes e não deu.
Embora fosse o menos merecedor, teria sido a escolha do meu coração, meu corpo e alma mas não pelo crivo da minha razão.
Inteligente,criativo,amigo.
Decepção.
Corro o risco de nunca esquecer a mágoa.
Ele diz que meu sorriso vem lá do fundo (da alma!).
Diz que fico vermelha, o que eu duvido, mas ele jura que é verdade.
Acha que sou transparente e não consigo esconder o que sinto.
Discordo? Concordo?
Bom companheiro,divertido, espontâneo.
Sedutor.
Corro o risco de gostar muito.
Ele não me diz muita coisa mas não é necessário por que posso ver em seus olhos. Me dá toda liberdade para continuar sendo com ele o que era sem ele: a pessoa pela qual ele se apaixonou.
Ele me protege sem tentar me dominar, me escuta sem discutir,me ama sem me enfraquecer. Ele não tem medo da minha personalidade e se sente confiante para amar uma mulher confusa e desequilibrada mas sincera e companheira.
Ele não me dá flores mas me leva para nadar por que sabe que eu amo.
Não tem ciúmes dos meus amigos,não me faz brigar com a minha família e tem tolerância com minhas crises existênciais.
Ignora os desaforos ditados pela minha TPM e não se importa porque eu gosto de cantar junto com a música, a maioria delas.
Não reclama do meu cigarro, nem com o fato de que eu estou sempre dividida entre a correção e elaboração de provas, o inglês, a pós-graduação,a viagem para o Chile e a
vontade de ter um filho.
Esse homem extraordinário sim, é o homem que eu quero, é o homem certo.
Inteligente, criativo, responsável...
Se ele existisse, talvez eu não corresse o risco de ficar sozinha para sempre...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

( )






Em todas as ruas, ele caminha comigo.
As vezes se esconde sorrindo e me acena detrás de um poste, ou detrás de uma nuvem tanto faz.
Ele me diz sempre, sempre,com um sorriso, que as coisas nunca mais serão as mesmas, discute e se emburra sempre quando me ocupo.
Fica sempre me lembrando sobre partidas e desencontros.
Vazio...
Quando devia estar trabalhando,ele embaralha a ordem.
Quando devia estar dormindo ele corroe o escuro.
Me persegue e se insinua no espaço dos meus livros, no sorriso dos amigos, nas entrelinhas das músicas, no pôr-do-sol e numa folha de papel em branco.
Vazio, insistente .. Alimento-o de tudo que é obviamente inconsistente e ilusório mas ele não se ilude como eu, resiste e quando a ilusão passa ele cresce e me consome um pouquinho mais.
Já não me preocupo tanto com ele como no começo, sei que um dia acabarei com ele, ou ele comigo.
Esse dia aguardamos, ambos ansiosos por saber quem domina quem.
Se eu domino esse vazio ou ele a mim.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

É assim...







Não gosto de meia palavras e não tenho tolerância com quem passa seus dias sentindo pena de si mesmo.
Eu odeio os fracassados e mais ainda os soberbos.
Desprezo os mal educados e abomino os cafajestes.
Eu não gosto de quem me substima e costumo rir dos que tentam me iludir.
Detesto as relações de conveniência tanto quanto as de inconveniência.
Não tenho apreço pelas regras,pelas rédeas, pelos costumes (bons ou maus),pela tradição,pela traição,pelo apego,pelo apelo.
Dou risada da etiqueta e do Deus que os homens criaram, da moral, do amor, do desamor.
Eu amo a rebeldia e o desafio!
Me incomodo com quase nada a não ser com as incansáveis senhoras que não param de falar no ônibus e nas filas dos bancos, com os casais que se traem,e com pessoas que nunca aprendem com seus erros.
Me emociono raramente, porque raramente vejo motivos.
Quando canso de mim me entrego a alguém que provavelmente se cansará em seguida.
E quando isso acontece abandono minhas adoradas roupas pretas e tento parecer alegre escolhendo algo mais "vivo".
As vezes vou a luta (diária) com vontade de vencer e as vezes volto dela sem vontade de lutar de novo!
Mas odiando as pessoas fracassadas, me recuso a me tornar uma delas.
Retorno as intermináveis filas de bancos com senhoras irritantes e a todo tempo me deparando com os soberbos e os cafajestes que assim como minhas roupas coloridas deixam as coisas mais "vivas".