quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Da simplicidade do amor.







Da janela mais alta entre a vista mais linda,vi-o, menino sorridente, ao meu encontro vir.
Quisera eu tocar-te como a brisa mais leve, a água mais rasa e o som mais profundo para perder-me nesse riso travesso, que agora ouço com prazer absoluto de quem namora ao sol de inverno.
Acompanhava-o com o olhar e inebriada de ternura e prazer o via vir ao meu encontro.
Ele pulava faceiro os pequeninos obstáculos do caminho enquanto meus braços formigavam ansiosos por tê-lo e meus olhos acompanhavam, distraindo-se por um momento, com o vento teimoso, que bagunçava-lhe os cabelos.
As suas costas, o sol se punha, rendendo justa homenagem a tua caminhada e a minha espera... talvez ele soubesse que o prazer de aperta-lo em meus braços seria o mesmo de vê-lo caminhar sorridente a meu encontro...


(Para você Cristian, com toda simplicidade do meu amor...)

sábado, 13 de agosto de 2011

Através de nós...






Observando do alto de um andar alto da sabedoria (ironia?), e pensando bem... eu queria ser como vocês...
Com seus passos apressados e sorrisos vagos, seus "bom dia" sem entusiasmo e suas desculpas de falta de tempo.
Eu queria ser você em sua tentativa patética de encontrar um amor no flerte de um vagão de metrô ou na sala de espera do hospital.
Queria a sua sabedoria em julgar com punho de ferro e olhos de águia o próximo, coincidentemente quando ele não está próximo.
Eu queria ter sua coragem de envelhecer por dentro e usar clichês de forma cínica com um sorriso morno e se julgar maduro.
Um coisa que me deixa invejosa são seus relacionamentos saudáveis, suas poses coloridas para as fotos, seus amores duradouros e as lágrimas escondidas a noite.
Queria ser você com aquela roupa de marca, uma vodka cara e um cigarro de cravo e ao chegar em casa e me despir de toda futilidade e tirar a maquiagem dos olhos borrados.
E mais do que tudo eu queria filosofar como vocês nas mesas de bares, nos jantares familiares, falar sobre espiritualidade e comentar as obras de Wilde com aquele ar de modéstia intelectualidade sob o olhar invejoso e admirado dos demais.
É a vida que me surpreende vulgar e fascinante de cada dia que passa pelo meu olhar ainda mais tolo e vulgar por achar de alguma forma que estou distante do flerte imbecil e das filosofias de bares...
Tola e vulgar do alto da minha modéstia intelectualidade...